Arouca, Aveiro - Grupo de Apoio e Capacitação para Cuidadores Informais
No âmbito do projeto de intervenção com os Cuidadores Informais tem-se desenvolvido um trabalho colaborativo ao nível da comunidade local de estímulo de parcerias, tendo-se constituído o Grupo de Apoio e Capacitação denominado Hora de Cuidar, responsável pela realização de um total de 15 sessões de capacitação e lúdicas.
Nesse sentido. formaram-se parcerias locais, com diversas entidades, com o objetivo de rentabilizar os recursos já existentes na comunidade e integrados no âmbito de outros projetos/programas, os quais poderiam constituir uma mais valia ao promover uma intervenção integrada e articulada com este grupo. Neste âmbito foram desenvolvidas ações/atividades direcionadas aos Cuidadores e Pessoa Cuidada, tais como:
Com o Município de Arouca, no âmbito do Projeto Visitas Extraordinárias, o qual é dinamizado por uma profissional de gerontologia, que, ao longo de cada sessão de 1 hura no domicílio do/a sénior, trabalha a estimulação cognitiva e lúdica em áreas como a arte, a cultura e a estimulação emocional, contribuindo para preencher o vazio ocupacional e atenuar a solidão, permitindo, um envelhecimento ativo e uma maior qualidade de vida. Estão previstas 10 sessões por sénior e 3 de capacitação do cuidador.
Acresce ainda, a parceria fundamental com o Centro Juvenil Salesiano de Arouca ao abrigo do Projeto Ser + Ativo, no âmbito das Comunidades Desfavorecidas da AMR/ PRR, para a dinamização de ações e atividades complementares ao projeto Hora de cuidar direcionado a 2 grupos, um situado no extremo do concelho. Sempre que o Cuidador não pode sair do domicílio é realizada intervenção de cariz mais pessoal, através de sessões individualizadas, trabalhando as questões incluídas nas temáticas da Hora de Cuidar.
Em simultâneo e com o objetivo de dar a conhecer o papel dos cuidadores e seus desafios, assim como reforçar as sinergias dos diferentes parceiros, tem-se trabalhado em sede da Rede Social/CLAS. Destas sinergias destacamos o trabalho com o parceiro ADRIMAG, com o Centro Qualifica e com o Município, através da aplicação de um questionário sobre interesses e dificuldades de ser cuidador. Este documento permitiu à equipa local ter informação imprescindível para orientar as intervenções e responder aos cuidadores conforme as suas necessidades e expetativas.
Viseu - Autonomização de jovens refugiados no distrito
Um grupo de jovens africanos de nacionalidades e idades diferentes tinham um sonho em comum: abandonar o seu país e ir para a Europa. E assim chegaram a Viseu em 2023.
Três dos jovens saíram da Gâmbia, dois com 16 anos e um com dezassete. Atravessaram o Senegal, Mali, Líbia e Marrocos. Pagaram quantias avultadas para acesso a documentos, meios de transporte e “guias” para ultrapassar o deserto, a pé, e as agitadas águas do alto mar, de barco, de onde foram resgatados, mas estavam na Europa.
Depois dos campos de refugiados sobrelotados chegam a Lisboa. Daqui são deslocados para Viseu, dois em fevereiro de 2023 e outro em junho 2024, acompanhado de um quarto cidadão, proveniente da Nigéria.
Instalados na mesma Unidade Hoteleira, o Centro Distrital de Viseu encetou um acompanhamento de proximidade e colaborativo visando a sua integração na comunidade.
Em termos colaborativos realça-se a articulação com várias Entidades públicas e privadas, tais como:
- Clínicas de medicina dentária, que receberam estes jovens para diversos tratamentos orais, a expensas da Segurança Social;
- A ULS Viseu Dão Lafões, ao nível da saúde familiar e hospitalar, em virtude de um dos jovens ter apresentado sintomas e manifestação de doença infetocontagiosa.;
- O IEFP que proporcionou a integração em cursos de língua portuguesa;
- Empresas que contrataram estes jovens para as suas tarefas laborais.
Estes jovens beneficiaram da resposta social Apartamentos Partilhados, tendo sido sensibilizados para a salutar coabitação, designadamente convivência, definição de tarefas diárias de higiene e confeção alimentar. Providenciou-se, ainda, a distribuição de bens pessoais, habitacionais, géneros alimentares e equipamentos domésticos.
Simultaneamente, foi efetuada procura ativa de emprego, nas áreas da construção civil e fabril, com extremo sucesso. Existe um reconhecimento das competências dos jovens no exercício das suas tarefas laborais pelos empregadores e satisfação pessoal e boa integração na equipa de trabalho por parte dos jovens.
Estavam, assim, reunidas as condições para a sua autonomização. Dois jovens arrendaram um apartamento no centro da cidade de Viseu, outro preferiu alugar um quarto num apartamento, e o outro deslocou-se para fora do distrito de Viseu, devido à localização do trabalho, onde foi encontrada habitação.
Por parte deste Centro Distrital, houve um forte empenhamento para dotar as habitações com o equipamento essencial, desde mobiliário, eletrodomésticos, e outros bens básicos para o conforto e bem-estar destes jovens.
Foi um período desgastante, a nível físico e emocional, para as técnicas que os acompanharam. Todavia, também muito reconfortante, pois os sorrisos e expressões de gratidão que recebem significam esperança numa vida digna e com futuro.